O objetivo da arquitetura é integrar cidades e pessoas, não hostiliza-las. Essa foi a ideia defendida pelas entidades de arquitetura e urbanismo durante o pedido de mudança no termo ‘arquitetura hostil’ constante no Projeto de Lei (PL) 488/2021, encaminhado nesta quarta-feira (06/10) para a Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados. Participaram da The post FNA e Entidades de arquitetura pedem mudança do termo ‘arquitetura hostil’ em projeto de lei appeared first on FNA.Read More

O objetivo da arquitetura é integrar cidades e pessoas, não hostiliza-las. Essa foi a ideia defendida pelas entidades de arquitetura e urbanismo durante o pedido de mudança no termo ‘arquitetura hostil’ constante no Projeto de Lei (PL) 488/2021, encaminhado nesta quarta-feira (06/10) para a Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados. Participaram da audiência pública e da solicitação a presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Eleonora Mascia, o Coordenador-Adjunto do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU Brasil), Ednezer Rodrigues, e a presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB Nacional), Maria Elisa Baptista. A audiência ainda trouxe falas do senador federal e criador do projeto, Fabiano Contarato (Rede/ES), do Padre Júlio Lancellotti e do deputado federal e autor do requerimento na Câmara, Joseildo Ramos (PT/BA). O objetivo era discutir mudanças e melhoramentos no PL.

“A arquitetura é um contraponto à hostilidade. Nós, arquitetos e urbanistas, temos um compromisso social com as nossas cidades e agimos justamente pela dignidade e pela qualificação do espaço urbano. Agregar um termo como esse à pratica da arquitetura é tirar dela a sua essência. Arquitetura é, na verdade, inclusão”, explica Mascia. A presidente da Federação ainda destacou o fim de programas como Minha Casa Minha Vida, o pouco fomento federal à Lei de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) e como a intensa crise econômica do país tem levado cada vez mais pessoas à situação de rua. “O aumento do desemprego e do valor dos aluguéis, por exemplo, leva a população a habitar a rua por falta de opção, porque não tem outra alternativa. Isso se escancara ainda mais quando o governo vem destruindo os poucos programas habitacionais que existiam”.

Lancellotti complementa a ideia destacando que “essa prática de técnicas hostis nos espaços públicos é o sinal claro de que faltam políticas públicas voltadas à habitação”. O pároco ainda destacou que a importância do projeto é apenas garantir o direito de ir e vir da população de rua, mas o objetivo deve ser muito maior do que isso. “Ninguém quer ver pessoas habitando um viaduto, mas eles precisam ter o direito de se abrigar. O que estamos discutindo aqui explana os problemas que nosso país vem enfrentando”. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), existem cerca de 221 mil pessoas em situação de rua no Brasil. Contarato destacou, em sua fala inicial, que é tarefa da República diminuir a pobreza e a desigualdade social. “Nós somos todos iguais, independentemente das condições financeiras de cada um. Por isso, é nosso compromisso garantir o direito ao abrigo e à habitação do nosso povo”, frisa.

Baptista e Rodrigues ainda salientaram a abertura das entidades para discutir o projeto lado a lado do Congresso Nacional. “Metade da população brasileira não tem acesso à moradia digna […] por isso, qualquer discussão que envolva o direito à cidade e ao espaço público é pauta de todos os arquitetos e urbanistas”, destaca a presidente do IAB Nacional. O projeto segue tramitando na Câmara dos Deputados através das Comissões de Desenvolvimento Urbano e de Constituição e Justiça e de Cidadania e, depois, seguirá para o Plenário.

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“A autogestão é simples, pois coloca como protagonista quem vai morar”. Essa foi a ideia defendida pela militante da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Evaniza Lopes Rodrigues, durante audiência pública pela protocolização do projeto de lei (PL) que cria o Programa Nacional de Moradia por Autogestão. A reunião, realizada na tarde desta terça-feira (05/10) The post Autogestão é protocolada na Câmara e prevê avanços na habitação social appeared first on FNA.Read More

“A autogestão é simples, pois coloca como protagonista quem vai morar”. Essa foi a ideia defendida pela militante da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Evaniza Lopes Rodrigues, durante audiência pública pela protocolização do projeto de lei (PL) que cria o Programa Nacional de Moradia por Autogestão. A reunião, realizada na tarde desta terça-feira (05/10) na Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados, reuniu diversas entidades pelo direito à habitação e discutiu a instituição das diretrizes para a produção desse tipo de moradia. A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) foi representada durante a audiência pela presidente da entidade, Eleonora Mascia.

Segundo a dirigente, entidades de classe como a FNA contribuíram com assessorias técnicas nas áreas de arquitetura e urbanismo, engenharia, mas também na área jurídica, o que proporcionou, ao lado dos movimentos sociais participantes, a redação do projeto de lei. “Essa é uma luta de muito tempo, que passou pela construção do Fundo Nacional de Habitação Popular, o Estatuto das Cidades e o próprio Ministério das Cidades. Não é uma vitória de uma pessoa só. Que os trabalhadores sejam protagonistas de sua trajetória”, salientou.

Evaniza enfatizou que o presente PL avança justamente na concepção dessas políticas. “A moradia é um direito e não uma mercadoria, do contrário ela ganha um sentido de que quem não pode comprar, não pode ter. Então a autogestão tira o lucro da prática da habitação”, defendeu, ilustrando que “a gente constrói casa e carrega tijolo, mas com isso queremos construir um país melhor”.

A matéria, cujo relator na CLP será o deputado federal João Daniel (PT-SE), foi discutida por representantes de 11 entidades e movimentos sociais do Brasil e de países da América Latina como Argentina, Uruguai, México e Guatemala. O tema vem sendo articulado e defendido há cerca de 30 anos por coletivos como a UNMP, que encabeça o PL, Central de Movimentos Populares (CMP), Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Movimento de Luta nos Bairros e Vilas e Favelas (MLB). Além da audiência pública, esses coletivos estavam em Brasília desde a segunda-feira (04/10), para a Jornada Nacional de Luta pela Moradia.

No modelo de autogestão, é uma comunidade – e não empreiteiras e governos – que gere o processo de solução habitacional, participando de todas as etapas de construção: definição do terreno, desenvolvimento do projeto, a escolha da equipe técnica e a definição das formas de construção. De acordo com o PL protocolado, “a produção de moradia por autogestão objetiva estimular o associativismo e o cooperativismo habitacionais, por meio da autogestão e da ajuda mútua entre associados, assegurando o protagonismo da população na solução dos seus problemas habitacionais, em consonância com as necessidades e os usos e costumes locais.”

Evaniza também fechou a audiência, chamando movimentos e entidades a mobilizar parlamentares, divulgar o projeto de lei, e realizar debates e audiências nos estados. “Discutir, conhecer, mudar e construir coisas novas. É dessa maneira que precisamos construir mais que uma lei, uma ideia que se torna realidade”, concluiu.

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