Nos próximos dias os participantes do 27° Congresso Mundial de Arquitetos (UIARio2021) vão conhecer a história de 15 comunidades brasileiras cujos moradores lutam por justiça social, democracia e habitação digna.  Estudantes e profissionais da Arquitetura e Urbanismo uniram-se a movimentos sociais de luta por moradia no inédito Projeto ArquiCine, uma iniciativa conjunta da Federação Nacional The post Curtas-metragens do Projeto ArquiCine estreiam no UIARio2021 appeared first on FNA.Read More

Nos próximos dias os participantes do 27° Congresso Mundial de Arquitetos (UIARio2021) vão conhecer a história de 15 comunidades brasileiras cujos moradores lutam por justiça social, democracia e habitação digna.  Estudantes e profissionais da Arquitetura e Urbanismo uniram-se a movimentos sociais de luta por moradia no inédito Projeto ArquiCine, uma iniciativa conjunta da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) e da Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (FeNEA) exclusiva para o Congresso. O projeto culminou na produção de 15 curtas-metragens com a temática habitação social, contando com o olhar reflexivo e com a sensibilidade de seus produtores. Os curtas ficarão disponíveis na plataforma do 27° Congresso Mundial de Arquitetos, no espaço ‘Diálogos com a Sociedade’.

Cerca de 72 horas/aula foram distribuídas em três oficinas gratuitas que municiaram as 15 equipes na prática audiovisual de retratar, pela câmera do celular, a realidade habitacional de comunidades de diversas regiões do Brasil. As oficinas foram ministradas de abril a maio pelos cineastas Gustavo Spolidoro e Lucas Heitor Beal Sant’Anna, do Câmera Causa,

Os curtas-metragens relatam histórias de vidas de comunidades do Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Recife e até mesmo de Portugal. De acordo com a presidente da FNA, Eleonora Mascia, o projeto foi idealizado para reconhecer e difundir histórias que são referência nacional e internacional em assistência técnica e autogestão e “evidenciar o papel essencial dos arquitetos e urbanistas no planejamento urbano e nas políticas habitacionais”, destacou. Desde 2008, o país tem a Lei Federal Nº 11.888 que define como direito dos cidadãos o acesso à assistência técnica em áreas de habitação de interesse social. Apesar dos desafios de sua aplicação no Brasil, é uma importante referência na produção social da moradia. “O projeto ArquiCine buscou justamente reconhecer e difundir essas histórias que são referência nacional e internacional em assistência técnica e autogestão e evidenciar o papel essencial dos arquitetos e urbanistas no planejamento urbano e nas políticas habitacionais”, destacou Eleonora.

Todos os vídeos que serão exibidos no UIARio2021 trazem a temática da habitação, mas o assunto, apesar de único, permitiu diversos desdobramentos pelas equipes participantes, segundo Spolidoro. “Chamou a atenção os diferentes trabalhos dentro de um mesmo tema pré-definido, como despejos, ocupações, quilombolas, empreendimentos já consolidados e habitados. Isso mostra a diversidade e a riqueza das produções que começarão a ser apresentadas”, afirmou. Para Lucas Heitor, outro diferencial do ArquiCine foi reunir pessoas de várias partes do país para troca de experiências e de conhecimento.

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Aplicar conceitos de sustentabilidade em habitações vai muito além da necessidade de se buscar certificações (LEED, AGUA, EDGE). Pode ser uma simples troca de torneira, lâmpada e revestimentos e até mesmo mudança de hábitos dos usuários. A sustentabilidade na arquitetura é possível para todos, o importante é dar o primeiro passo em ações que repercutem The post Marcela Green: práticas sustentáveis são possíveis para todos appeared first on FNA.Read More

Aplicar conceitos de sustentabilidade em habitações vai muito além da necessidade de se buscar certificações (LEED, AGUA, EDGE). Pode ser uma simples troca de torneira, lâmpada e revestimentos e até mesmo mudança de hábitos dos usuários. A sustentabilidade na arquitetura é possível para todos, o importante é dar o primeiro passo em ações que repercutem positivamente no ambiente em que se vive ou trabalha.  Isso é o que move a arquiteta e urbanista gaúcha Marcela Furtado Green desde quando cursava o segundo semestre na Faculdade Ritter dos Reis, hoje UniRitter, em Porto Alegre.

Já naquela época, Marcela despertou para as práticas que hoje estão consolidadas como fonte de economia, ganho operacional e conforto, sejam em ambientes corporativos ou residências.  Em 2013, 12 anos após a graduação e após passagens por alguns escritórios, a arquiteta e urbanista teve o primeiro grande desafio profissional.: foi convidada a integrar equipe da Secretaria do Patrimônio, vinculada ao Ministério do Planejamento e, como missão, desenvolver projeto de reforma do Bloco O da Esplanada, em Brasília (DF), na época ocupado pelo Ministério da Defesa. A proposta era tornar o prédio um modelo piloto com o conceito retrofit completo, com adequação e revitalização do imóvel buscando torná-lo mais eficiente do ponto de vista operacional.  “Esse foi um pedido da ministra na época, Miriam Belchior, para que o Bloco O se tornasse referência em padrões de certificação na Esplanada. Ele seria o piloto que que o mesmo conceito pudesse ser implantado em todos os demais prédios da administração pública federal”, diz Marcela, que foi responsável pelo Grupo de Trabalho que envolveu diversos profissionais da Arquitetura e Engenharia do Ministério.

O conceito retrofit, que busca a melhoria de instalações antigas com atualizações do espaço, correção de problemas, redução de custos operacionais e aumento do conforto, foi o escolhido para o Bloco O, prédio com mais de 50 anos. De acordo com Marcela, as ações definidas no projeto consideraram a necessidade de prolongamento da vida útil da edificação, facilitando sua manutenção e redução do seu custo; da otimização do espaço existente visando a racionalidade de uso, maior flexibilização e melhoria das condições físicas de trabalho; do pleno atendimento às normas vigentes na ocupação de uma edificação de visibilidade nacional. A missão foi cumprida em 2018 e, recentemente, foi vencida a licitação para a contratação da obra tendo como base o relatório produzido pela equipe da qual Marcela fez parte.

Com a bagagem profissional adquirida em Brasília e a certeza de que a construção civil é um dos maiores consumidores de recursos naturais (água, energia e materiais), que Marcela deu o pontapé inicial para abrir seu próprio negócio: o escritório Viva Green, estabelecido em 2018 no bairro Bela Vista, na capital paulista.  Levou para dentro do escritório a proposta de implantar o retrofit em condomínios e residências, uma demanda que se mostrou em expansão na pandemia, diante da necessidade de economia financeira e ampliação do conforto e saúde das pessoas dentro de casa. “O mercado já despertou para a sustentabilidade, mas muito mais voltado para a questão da valorização do imóvel, que chega a ser de 8% a 12% superior a partir de uma operação mais eficiente”, afirma a arquiteta e urbanista.  O desafio da sustentabilidade na construção civil, diz, ainda esbarra na questão do custo. “Na verdade, é um investimento que se paga em dois anos de operação do equipamento revitalizado. Um imóvel que passa por retrofit ganha vida longa, por isso é importante que o mercado tire o olho da construção e o coloque sobre a operação”, pontuou Marcela, lembrando que o preço final de uma obra com esse conceito não supera 2% de uma convencional.

Os ganhos da sustentabilidade em projetos de retrofit são para todos. Em um ambiente corporativo, por exemplo, significa o aumento de 15% em produtividade de recursos humanos, de 15% a 35% em economia de energia e de 50% a 60¨em consumo de água.

Além de se dedicar à produção de projetos nesta área, Marcela também percebeu uma oportunidade de expandir o conhecimento adquirido na aplicação da economia e da eficiência em projetos. Passou a prestar consultoria a arquitetos e engenheiros que possuíam demandas de clientes nesta área, mas que tinham pouco conhecimento sobre sustentabilidade. “A consultoria é voltada a profissionais que atuam com pequenas e médias obras, e a expectativa é que essa demanda cresça cada vez mais. Nos casos de projetos residenciais muitos têm orgulho em comentar e divulgar os ganhos em economia e conforto que estão tendo. Essa é uma forma de disseminar esse conceito tão importante nos dias de hoje”, considera a arquiteta e urbanista.

 

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