Com representações regionais em 25 das 27 unidades da federação, o Fórum em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro aprofunda a capilarização do movimento, cujos representantes atuam como vigilantes do patrimônio cultural local. A posição foi pontuada pela coordenadora-adjunta do Fórum e representante da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR), Inês Martina Lersch, durante live do 44º ENSA. O encontro, promovido pela FNA com apoio do CAU/BR, também contou com o presidente da ANPUR, Márcio Valença, e com o coordenador do Fórum, Nivaldo Andrade.
Aproveitando o encontro com líderes sindicais, os coordenadores do projeto conclamaram os sindicatos a indicarem representação aos fóruns regionais que auxiliem no controle dos ataques a edificações e símbolos da história das cidades. Mediando o debate, o secretário de Organização e Formação Sindical da FNA, Danilo Matoso, frisou que os ataques que vem sendo sofridos pelo Iphan e outros órgãos são parte de um projeto de fechamento do poder institucional à participação popular. “A ação local dos fóruns é fundamental porque é ela que vai pressionar o Estado em todas as suas instâncias a ouvir a voz do povo, que é o grande ator e beneficiário das políticas de patrimônio”.
Participando da live, o coordenador do Fórum, Nivaldo Andrade, fez uma retrospectiva do movimento que contou, desde o início, com ampla participação da FNA. Desde os primeiros ataques ao Iphan, o Fórum vem ganhando corpo no cenário nacional, integrando mais de 200 especialistas e com agenda de eventos virtuais ao longo de 2020. Entre as bandeiras, indicou Andrade, está o ICMS cultural – que prevê aporte de parte dos recursos do ICMS para municípios com ações de preservação – e a defesa por habitação em áreas centrais das cidades de forma a ocupar imóveis vazios com população de baixa renda.
O surgimento dos fóruns estaduais, explicou Inês Martina Lersch, veio da necessidade de adotar uma agenda propositiva e de expandir os ideais de defesa do patrimônio para âmbito local. Uma das orientações para a composição dos colegiados estaduais é que seus representantes sejam indicados por integrantes nacionais. “Os fóruns estaduais têm a intenção de se aproximar do que vem acontecendo no meio local ou regional. Alguns anda estão nas capitais, mas outros já estão em interiorização”. Como exemplo, Inês citou as regionais do Rio Grande do Norte e Paraíba. “Já se tem falado em obituário do patrimônio, tamanho os ataques que se vem sofrendo”. Segundo ela, uma nova e potente rede está em formação. Nas eleições 2020, sete estados prepararam carta aos candidatos às prefeituras e vereanças pleiteando defesa do Patrimônio.
A coordenadora adjunta frisou que o Fórum é um agente de reflexão em tempos tão difíceis. “Há uma autorização em prol da barbárie. O que dá liberdade a atitudes racistas e homofóbicas. Esses mesmo desrespeito vem se propagando em relação ao Brasil, à democracia, à autonomia das universidade e também se reflete no patrimônio cultural”, frisou, indicando que “é preciso lutar para restabelecer o respeito pelo patrimônio e pela cultura”.
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