Mesmo após uma negociação costurada entre a coordenação do MTST do Distrito Federal e com a participação da Codhab, o governo do Distrito Federal mais uma vez avançou sobre a ocupação CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, onde moram 34 famílias formadas essencialmente por catadores
A nova investida começou na segunda-feira, dia 05/04, quando a Polícia Militar (re) colocou abaixo nove casas e a escolinha do Cerrado recém construídas com recursos arrecadados de vaquinha online. As estruturas foram erguidas graças a uma ampla frente de solidariedade, com diversas entidades da sociedade civil, entre elas o Sindicato dos Arquitetos do DF, após demolição autorizada pelo governo no final de março. A arquiteta e urbanista Anie Caroline Figueira, do ArquitetosDF, presenciou todas as movimentações arbitrárias contra as famílias do local desde março, quando todas as 34 casas foram demolidas por ordem do governo. E junto com outros profissionais, integrou a equipe que modelou o projeto dos barracos temporários para abrigar as famílias do CCBB.
A ação na CCBB ocorreu três dias após o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, autorizar a remoção das famílias do local, atendendo ao recurso do Governo do Distrito Federal (GDF). A decisão contraria a liminar da 8ª Vara da Fazenda Pública do DF que proibiu ordens de reintegração da ocupação do terreno ao lado do CCBB durante a crise sanitária. Em nova investida truculenta contra as estruturas que ainda permaneciam em pé no loca, a Polícia Militar retornou nesta quarta-feira (7) à ocupação e, mais uma vez, demoliu a sede da escolinha do Cerrado que atende a crianças em situação de vulnerabilidade social.
Famílias acuadas, a presença de lideranças de movimentos sociais e ativistas não conseguiram impedir que a decisão judicial fosse cumprida, mesmo diante dos fortes argumentos sustentados pela decisão da 8ª Vara da Fazenda Pública do DF. A resistência de ativistas culminou com a prisão do ambientalista Thiago Ávila, Caio Sad, militante da União da Juventude Rebelião e de Erika Oliveira e Pedro Filipe, todos encaminhados para a Delegacia de Polícia de Proteção ao Meio Ambiente. No final do dia de ontem, uma articulação formada por advogados, parlamentares e outras entidades da sociedade civil conseguiu a liberação dos ativistas.
De acordo com Anie, o cenário atual é desolador para as famílias, que permanecem no local e aguardam por encaminhamento de políticas públicas capazes de mudar a realidade imposta pelo governo do DF.
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Foto: Nayá Tawane
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